terça-feira, 22 de outubro de 2013

Dicas para se divertir mais como Mestre

Todo mundo sabe que o objetivo de uma "partida" de RPG é se divertir, que não há "vencedores" ou "perdedores" em uma sessão (embora, às vezes os personagens possam alcançar os seus objetivos ou falhar miseravelmente na tentativa), mas sim pessoas que se divertiram ou não no processo. Na maioria dos casos, tendemos a ver um jogo bem sucedido aquele em que os jogadores se divertem, e muitos artigos, e até livros, são escritos com dicas para deixar esses participantes mais satisfeitos com o jogo.

Mas e quanto ao Mestre de Jogo? Ele também tem tanto direito de se divertir quanto os jogadores, a diversão de ambos não podendo ser absoluta em detrimento de cada um. Poucas vezes eu vi algum artigo ou texto falando sobre como melhorar, ampliar, ou facilitar a diversão por parte do narrador de RPG. E, por se primariamente um Mestre de Jogo (prefiro, muita vezes mestrar a jogar), achei que seria interessante passar algumas dicas que aprendi com o tempo e que deixou o jogo mais divertido para mim sem prejudicar a diversão dos jogadores.

1. Jogar para Criar uma História: Não pense no RPG como um jogo de contar histórias, mas sim num jogo sobre criar histórias. Pode parecer só uma questão de palavras, mas isso muda fundamentalmente a sua abordagem no jogo.

2. Não planeje histórias, mas sim situações: Não planeje histórias para serem jogadas, mas sim situações com as quais os personagens vão interagir, e dessa interação uma história surgirá. Dessa forma você não se frustará se as coisas não ocorrerem como você esperava que elas ocorreriam.

3. Deixe se surpreender: Um dos maiores prazeres que eu tenho quando estou mestrando é descobrir o que acontece na história ao mesmo tempo que os jogadores. Quando você criar situações e obstáculos não se prenda a soluções pré-programadas, e fique aberto à criatividade e ao caos trazidos pelos jogadores, ou mesmo pelos dados.

4. A história é sobre os personagens dos jogadores: A história sendo criada é  sobre os personagens dos jogadores, sobre sua jornada, sobre como eles reagem a uma situação. Ela pode ter um final feliz, triste, ou qualquer variação. Os personagens podem ou não conseguir o que querem, mas é história sobre eles, sobre o sucesso ou o fracasso que sofreram. Não foque história em outra coisa, e não se apegue a nada, já que nada é só seu. Assim você se sentirá mais livre.

5. Não dê tudo de mão beijada: Mesmo o foco da história sendo nos personagens, isso não significa que eles devem ser bem sucedidos e conseguir tudo que querem. Deve existir tanto uma chance para vitória como para derrota. Lembre-se da dica número 2 e 3. Além disso, quando o sucesso é conseguido de forma árdua e difícil, ele é muito mais saboroso. E tornar as coisas desafiadoras é divertido. A cada dos jogadores quando não sabem o que fazer e tem que pensar ao invés de só confiar na ficha do personagem rende boa diversão.

6. Converse com os jogadores: Uma das principais razões para frustrações nas mesas é o conflito de expectativas e interesses. O que você espera do jogo pode ser uma coisa e o que os outros participantes pode ser outra coisa. Uma conversa franca, clara, e constante (entre sessões), sobre como vai ser o jogo, como ele será conduzido, o nível de poder, dificuldade, estilo de aventuras, e todas as outras coisas que achar importante é fundamental para evitar qualquer mal entendido e desentendimentos futuros. Assim, todo mundo já fica sabendo o que esperar e se prepara para se divertir sem desacordos.

Por fim, queria deixar claro que isso não é uma fórmula mágica, mas apenas algumas maneiras que eu encontrei de deixar o meu papel no jogo mais divertido e excitante para mim mesmo. Pode ser que alguma dessas coisas não se encaixe e não funcione com você, mas não custa tentar. Mestre, ao meu ver, não é escravo de jogador, mas um participante no mesmo nível e com os mesmos direitos a se divertir que qualquer outro.

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